sexta-feira, 25 de julho de 2008

J. Michiles - Asas do Frevo [2007]

Asas do frevo reúne maiores sucessos do compositor sendo interpretados por nomes como Maria Bethânia, Chico César, Claudionor Germano, Alceu Valença e Daniela Mercury

Em 1966, um fusquinha, objeto de desejo de todo brasileiro, custava R$ 7 milhões. Uma fortuna. Era de R$ 5 milhões o prêmio para o primeiro lugar no concurso Uma canção para o Recife, instituído, naquele ano, pela prefeitura. Não é de admirar, portanto, que 400 músicas tenham sido inscritas no certame. Praticamente todos os grandes compositores da época concorreram, inclusive Capiba.

O resultado final foi uma surpresa. A composição vencedora foi Recife, manhã de sol, de um autor desconhecido, de apenas 21 anos, chamado José Michiles da Silva. Ele só não era um estreante, porque, dois anos antes, tivera uma composição (o calipso Não quero que tu chores) como lado B de um compacto do grupo, da Jovem Guarda, Os Golden Boys (o lado A trazia Quero afagar tuas mãos, versão de I want to hold your hands, dos Beatles).

Quatro décadas depois, J.Michiles é um compositor consagrado: composições suas gravadas por Alceu Valença tornaram-se clássicos do repertório carnavalesco, não apenas pernambucano, mas brasileiro. Roda e avisa (em parceria com Edson Rodrigues), Diabo louro, Vampira, Bom demais, Me segura senão eu caio – a lista é extensa, e a parte mais expressiva dela foi reunida num disco batizado de Asas do frevo, o carnaval de J.Michiles.

O projeto nem foi concebido com pensamento na data redonda, a idéia era mais colocar lado a lado “os filhos” espalhados por discos do citado Alceu Valença, Elba Ramalho, Claudionor Germano, Almir Rouche, André Rio.

“Era um trabalho que vinha amadurecendo há bastante tempo, levei dois anos para concluir. Foi trabalho mesmo, principalmente por querer um disco bonito, bem realizado, afinal não seria apenas um CD, mas o CD da minha vida, da minha obra”, diz o compositor.

Para chegar a este CD, J.Michiles primeiramente gravou as bases e a voz-guia para enviar para os artistas convidados. Naturalmente de muitos ele é amigo. A tarefa árdua foi com os não-pernambucanos, ou os que vivem há anos fora do estado.

“Esperava que a acolhida destes artistas fosse boa, mas não tanto como aconteceu. Chico César, depois que recebeu uma composição gravada por mim, como voz-guia, me ligou de volta e confessou ter ficado honrado em participar do projeto. A empresária de Maria Bethânia disse que ela ficou emocionada com a música que mandei, Recife, um dia de sol”, conta J.Michiles.

O título Asas do frevo leva a Asas da América, projeto renovador do frevo, empreendido no começo dos anos 80 pelo compositor caruaruense Carlos Fernando, que também congregava uma ecumênica equipe formada por alguns dos maiores nomes da MPB da época. Asas do frevo repete o feito, com 20 faixas, e estrelas do porte da citada Maria Bethânia, Geraldo Azevedo, Daniela Mercury e Chico César. Repete o feito, mas não a fórmula: a sonoridade aqui é marcada pela produção de César Michiles (filho de J.Michiles), que já domina suficiente o estúdio para ter uma assinatura própria como produtor.

Um disco repleto de momentos antológicos

Um pot-pourri com trechos de algumas composições de Michiles é o aperitivo para as 19 faixas que compõem seu novo trabalho. Embora não domine as sutilezas do idioma do frevo, Daniela Mercury, acostumada a quadradice harmônica do axé, se sai bem em Saudando o Brasil, com um arranjo temperado com baianidade. Já o paraibano Chico César, com Naná Vasconcelos, vai de Recife nagô, um maracatu com uma levada que lembra Refavela, de Gilberto Gil. Irrompem metais rasgados num dos hinos do Carnaval pernambucano, Fazendo fumaça, com Fafá de Belém, grande voz, mas que canta frevo com uma suavidade que não casa com o gênero.

Vampira, com Silvério Pessoa, é interpretado como o frevo pede, com ímpeto de quem vai fazendo o passo no meio da rua apinhada de gente, e tem que puxar pelo gogó. É este ímpeto que faz os pernambucanos imprimirem mais energia nos frevos (ainda uma música paroquial, cuja linguagem só é falada sem sotaque pelos da terra). Mais metais em fúria na antológica Roda e avisa, com Elba Ramalho, cuja “pronúncia” do frevo não erra nos tempos fracos e fortes. Desnecessário dizer que Queimando a massa é perfeito com Claudionor Germano, assim como Diabo louro, com Alceu Valença, melhor tradutor da música de J.Michiles.

Que o frevo precisa de um pernambucano para ser interpretado sem que nenhuma de suas particularidades sejam esquecidas, é um fato repetido por todos os especialistas, e que aqui é ratificado por Louro Santos, em Babado da morena. Ele é compositor e cantor de brega, mas cresceu com o frevo, e sabe falar sua linguagem, mesmo não sendo estrela do Carnaval. É o que falta a Geraldinho Lins, que amacia Bom demais, um dos mais dos mais “arrastadores” e irresistíveis frevos de J.Michiles.

E aí nem é questão de potência vocal. Lula Queiroga, que não é exatamente um Caruso, traz a dose exata de “frevura” a outro clássico de Michiles, Me segura senão eu caio. O mesmo para Amelinha com Espelho doido. Completam o repertório Geraldo Azevedo, com Pernas pra que te quero, Almir Rouche, com Ponta de pata, Gustavo Travassos, com Folia do galo, Walmir Chagas e o maracatu Ribombo, e Antonio Nóbrega, com sonhos de pierrô.

O disco é fechado com a Spok Frevo Orquestra, Dominguinhos e César Michiles e o único frevo-de-rua do CD, Capibaribe. O destaque do disco é a quarentona Recife, manhã de sol, com Maria Bethânia. É certo que o frevo-de-bloco vira marcha-rancho, porém o que conta mais aqui é a interpretação pungente e definitiva da primeira-dama da MPB, na mais lírica composição de J.Michiles. Será um crime se este disco não tocar no rádio (o CD só chega às lojas na primeira semana de janeiro).

*texto escrito por José Teles



Faixas: 
01 Abertura - Victor Michiles & Coral Misto
02 Saudando O Brasil - Daniela Mercury
03 Recife Nagô - Chico Cesar & Naná Vasconcelos
04 Fazendo Fumaça - Fafa De Belem
05 Vampira - Silverio Pessoa
06 Folia Do Galo - Gustavo Travassos
07 Roda E Avisa - Elba Ramalho
08 Queimando A Massa - Claudionor Germano
09 Recife Manhã De Sol - Maria Bethania
10 Pernas Prá Que Te Quero - Geraldo Azevedo
11 Virando Bagaço - Andre Rio
12 Ponta Da Pata - Almir Arouche
13 Diabo Louro - Alceu Valença
14 Babado Da Morena - Louro Santos
15 Me Segura Senão Eu Caio - Lula Queiroga
16 Bom Demais - Geraldinho Lins
17 Espelho Doido - Amelinha
18 Ribombo - Walmir Chagas
19 Sonhos D! e Pierrô - Antonio Nobrega
20 Capibaribe - Spok Frevo Orquestra & Dominguinhos

sábado, 12 de julho de 2008

Chico César - Francisco Forro y Frevo [2008]


O cantor e compositor Chico César mergulha no espírito duas principais festas populares nordestinas (o carnaval e os festejos juninos) para criar um disco alegre em que o foco encontra-se na força dos ritmos que animam essas festas: o frevo e o forró. E ainda no diálogo que esses ritmos têm naturalmente com bits universais. Por exemplo: o xote com o reggae, o frevo e o arrasta-pé com o ska. No que se refere especificamente ao frevo, uma novidade: a junção da linguagem das orquestras de metais de Pernambuco com a guitarra baiana dos trios elétricos da Salvador dos anos 70, em que a folia estava sob o comando de Dodô e Osmar. Para buscar uma sonoridade universal chamou o produtor Bid (o mesmo do segundo disco de Chico Science e Nação Zumbi), com quem divide a produção do álbum. A mixagem é de Mário Caldato Jr. O tempero nordestino fica por conta da presença de músicos da Paraíba, da Bahia e de Pernambuco. Entre eles, o grande Armandinho e seu pau elétrico (homenageado no disco) e Spock e sua orquestra (representando a renovação do gênero pernambucano).Entre os convidados a voz do frevo Claudionor Germano, um verdadeiro mito que segue cantando com voz firme como nos velhos tempos da gravadora Rozemblit. Dominguinhos empresta sua voz e sanfona na música “Deus me Proteja” e Seu Jorge é o convidado em “Dentro”. O disco é composto basicamente de inéditas do próprio Chico César. Com apenas uma regravação: a "Marcha da Cueca", do já falecido e também paraibano Livardo Alves ("Eu mato, eu mato quem roubou minha cueca pra fazer pano de prato...). Enfim, um disco leve para tocar nas ruas e nas pistas, com forte apelo regional e internacional. Para levantar a poeira e o astral, inspirado no saudável estado de espírito com o qual o povo nordestino encara e faz suas festas.

Link: Francisco Forró y Frevo [2008]

Faixas:
01. Girassol
02. Feriado
03. A Marcha da Calcinha e a Marcha da Cueca (Medley) - Part. Claudionor Germano
04. Comer na Mão
05. Humanequim
06. Dentro - Part. Seu Jorge
07. Abaeté, Abaiacu e Namorado
08. Deus Me Proteja - Part. Dominguinhos
09. Armando
10. Zabé
11. Solto na Buraqueira
12. Ociosa
13. Eletrônica
14. Pelado - Part. Armandinho

sábado, 5 de abril de 2008

Grêmio Musical Henrique Dias



O Grêmio Musical Henrique Dias é a primeira escola profissionalizante de músicos de Olinda sem fins lucrativos. Iniciou suas atividades em 1954 e realiza, até hoje, programas educacionais, culturais e de desenvolvimento comunitário na cidade Alta de Olinda-PE. São ações voltadas, prioritariamente, para alunos da comunidade de baixo poder aquisitivo. O grêmio tem, em seu currículo, mais de dois mil músicos formados que atuam no mercado musical pernambucano e formou, paralelamente, a Orquestra Henrique Dias em 2006. Dirigida pelo Maestro Ivan do Espírito Santo, a Orquestra tem um repertório de frevos, cocos, maracatu e outros ritmos pernambucanos.
O que segue são algumas faixas do disco O Tema É Frevo que também estão disponíveis no myspace da orquestra.
Vale lembrar que além de toda sua importância histórica e social, o grêmio Henrique Dias se aliou com os músicos da chamada cena musical de Olinda e juntos formam a Orquestra Contemporânea de Olinda, que é um grupo brilhante com músicas que conseguem conter de forma harmoniosa diversas vertentes da música pernambucana e latina ao frevo.

Conheça mais:
http://www.myspace.com/orquestrahenriquedias
http://www.myspace.com/orquestracontemporaneadeolinda

Link: Grêmio Musical Henrique Dias

Cara Lisa
Os Florins na Henrique Dias
Quebra Osso
Rua do Fogo
Viagem de Ouro

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Spok Frevo Orquestra - Passo de Anjo (ao vivo)


Lembro da noite da gravação da apresentação que está registrada neste CD. A platéia lotada estava tão entusiasmada quanto os músicos. Por incrível que pareça, demorou pouco mais de uma hora para registrar o repertório de 12 frevos. Sendo necessário repetir, para os devidos ajustes, apenas dois frevos. Terminada a gravação, todos nós que fomos cumprimentar os integrantes da SpokFrevo Orquestra, e os próprios integrantes, sentíamos que aquele tinha sido um momento único, histórico.
(José Teles, jornalista, escritor e pesquisador de música popular.)


Download: Passo de anjo (ao vivo)

01 Passo de Anjo (João Lira / Spok)

02 Nino, O Pernanbuquinho (Maestro Duda)

03 Ponta de Lança (Clóvis Pereira)

04 Ela me disse (Luciano Oliveira)

05 Frevo Sanfonado (Sivuca / Glorinha Gadelha)

06 Folião Ausente (Sivuca)

07 Mexe com tudo (Levino Ferreira)

08 Último Dia (Levino Ferreira)

09 Frevo Aberto (Edson Rodrigues)

10 Três da Tarde (Lídio Macacão)

11 Lágrima de Folião (Levino Ferreira)

12 Vassourinhas (Matias da Rocha / Joana Batista)

Sopro de renovação no frevo

Duda, Cléber Silva e Fábio César comandam orquestras na folia reverenciando o passado e abertos a transformação do ritmo pernambucano

José Teles
teles@jc.com.br

Na década de 90, temia-se que o frevo fosse sofrer solução de continuidade pela aposentadoria de grandes maestros como Clóvis Pereira, Guedes Peixoto, Mário Mateus e Zé Menezes. Mas eis que surgiu Inaldo Cavalcanti, Spok, mexendo e dando maior visibilidade ao frevo, com uma roupagem ousada, com arranjos que permitiam que as composições, sempre executadas visando à dança, fossem degustadas como música de câmera, num teatro. Em seguida, surgiu Francisco Amâncio, o maestro Forró, da Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, mesclando frevo, com jazz, coco ou samba.

Spok e Forró não são os únicos que formam a nova geração de maestros comprometidos com o futuro do frevo. Pelo menos dois deles têm o mesmo objetivo: Fábio César, da Orquestra Raízes Pernambucanas, do Vasco da Gama, e Maestro Dudinha, da Dudinha Orquestra. Pode-se acrescentar à dupla, o trombonista, da Spokfrevo Orquestra, Cléber Silva, que está levando o frevo às ruas, no Bairro do Recife e em Boa Viagem.

Fábio César, tem 35 anos de idade, e 22 de música. Como quase todo mundo de sua geração passou pela escola do maestro Duda e Ademir Araújo, e foi companheiro do maestro Spok, no Quarteto Pernambucano de Sax. Embora ainda relativamente pouco conhecida, a Orquestra Raízes Pernambucanas existe há 14 anos, tem até disco gravado, com frevos inéditos, compostos por associados do Museu de Música Carnavalesca de Pernambuco. O “raízes” no nome da orquestra não está ali por acaso: “A gente toca o autêntico frevo pernambucano. A inovação que fazemos é repetir o que acontecia antigamente. Percebi que a gente estava perdendo aquela tradição do frevo no chão. Então descemos do palco e tocamos no meio do povo, com uma ótima resposta do público”, diz Fábio César.

O repertório da Orquestra Raízes Pernambucanas capricha nos compositores do período, digamos, clássico do frevo-de-rua: Levino Ferreira, Zumba, Antônio Sapateiro, João Santiago, Alcides Leão: “Considero Nelson Ferreira um grande compositor de frevo-de-rua, mas também toco compositores mais novos, autores de belos frevos como Nilson Lopes ou Beto do Bandolim”.

Para o maestro, o frevo-de-rua Transcendental, de Cláudio Almeida (vencedor do festival Recife frevoé, de 1996), é equivalente em importância a Divisor de águas, do maestro Zuzinha: “Se Divisor de águas marca a passagem da marcha-polca para a marcha-frevo, Transcendental divide o frevo tradicional do frevo moderno e me orgulho de ter tocado na gravação deste frevo com a orquestra de Duda”, elogia.

Fábio César trabalha durante o ano com banda de música, está apresentando com sua orquestra uma história dos 100 anos do frevo, todas as quarta-feiras, às 19h, no Pátio de São Pedro.

HERDEIRO

No ano passado, o maestro Duda, convidado por Carlinhos Brown, tocou no Carnaval de Salvador. Foi a deixa para seu neto, Bruno, 28 anos, reger a orquestra do avô, na qual toca trompete. “Dudinha” não e limitou a tocar o repertório de Duda, mesmo que confesse se preocupar em manter a tradição: “Empreguei uma linguagem nova, com releituras dos clássicos, incrementando a instrumentação com efeitos de teclados, e outros ritmos nossos, como o coco”.

Dudinha preparou também um arranjo para um pot-pourri de composições de Chico Science, lembrando os dez anos da morte do cantor: “Fiz uma seleção de músicas conhecidas dele, como A praieira, Manguetown e Da lama ao caos, e saímos um pouco do frevo, com os músicos usando aquele chapeuzinho de Chico, e a percussão com alfaias”, continua Bruno, afirmando que o maestro Duda aprovou a heresia, de “Dudinha”.

Bruno pegou o apelido Dudinha do avô, que compôs um frevo-de-rua. “Senô fez Duda no frevo, e ele fez pra mim Dudinha no frevo, uma música que está no repertório orquestra que formei – a Dudinha Orquestra. Filho de Nino, que também é nome de frevo de Duda, Nino o pernambuquinho, “Dudinha” é cunhado do maestro Spok, em cuja orquestra foi trompetista.

Cléber Silva, 32 anos, não exerce ainda a profissão de maestro, pelo menos no sentido tradicional. Toca trombone na Spokfrevo Orquestra, integra a Trombonada, de Nilsinho, e toca, sempre que convidado, com Silvério Pessoa, Elba Ramalho, Antonio Nóbrega, Alceu Valença, Calypso. O que ele tem feito é, simplesmente, levar o frevo para a rua e praias da Zona Sul do Recife, para os turistas no Marco Zero pela manhã. “A gente foi contratado pela prefeitura. E estou achando um projeto bem interessante apresentar o frevo às pessoas de fora. Pega, por exemplo, um grupo de turistas do Rio Grande do Sul, e faz um arrastãozinho com eles. Ficam todos abestalhados depois”, diz Cléber.

O repertório é didático, formado por frevos bem óbvios, Vassourinhas, Cabelo de fogo, É de tirar o sapato, o Hino do Galo da Madrugada. Músicos, apenas nove (dois trombones, dois trompetes, um sax tenor, um alto, surdo e caixa). O sucesso, principalmente entre os turistas tem sido tão grande, que já aconselharam que Cléber continuasse o projeto mesmo sem patrocínio: “Depois que a gente toca, o pessoal sempre quer pagar, mas dispensamos porque já estamos recebendo por isto”.

Aos sábados e domingos, pela manhã, a “orquestra” de Cléber anima os banhistas de Boa Viagem e do Pina: “Eles gostam, mas não dançam não, nem acompanham os músicos. Moradores de prédios descem para a calçada para ver o frevo”.

Há dez anos tocando com Spok, Cléber confessa que, particularmente, prefere tocar do que chefiar músicos: “Pense numa dor de cabeça! A gente marca com os músicos às 9 horas, tem uns que só chegam às 10 horas, tem outros que para achar é a mão-de-obra, e o trabalho que estamos fazendo é todo com hora marcada”, diz o “maestro”.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Frevo do Mundo (link recuperado)

O discurso e a vontade de renovar o frevo anda tão cansado que ele próprio já precisa ser renovado. As várias tentativas sem sucesso que marcaram o centenário do ritmo ano passado chegaram a criar uma camada de resistência contra artistas que, no fim, procuraram apenas se promover com o momento. O que acabou como um tiro pela culatra - resultando na total invasão das escolas de samba deste ano - só soma em motivos para “Frevo do Mundo” ser certamente o lançamento mais relevante da música de Carnaval em 2008.

Produção da Candeeiro Records, selecionado pelo Programa Petrobras Cultural, ele bem que poderia estampar na capa o nome do time de artistas reunidos para imprimir sua visão sobre o frevo. Mas, com encarte modesto e de bela arte de Valentina Trajano, ele deixa a surpresa como elemento fundamental para quem, por acaso ou intencionalmente, passar o ouvido por alguma das 14 faixas do repertório. É o tradicional frevo de Capiba, Luiz Bandeira e Aldemar Paiva, apresentados pela Orquestra Imperial, Mundo Livre S/A, Eddie, China, Siba e a Fuloresta, Erasto Vasconcelos, Edu Lobo, João Donato, Isaar, Cordel do Fogo Encantado, 3 na Massa, Flor de Cactus e a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério (OPBH).

A modéstia faz parte da fórmula de sucesso do disco. Esteticamente é puro frevo e alguns dos arranjos sequer foram alterados. Mas cada um dos artistas o executou da forma que costumam fazer naturalmente em suas músicas autorais. Alguns resultados sequer soam diferentes, como o “Cabelo de Fogo”, da OPBH, que ganha um divertido trecho “a capella”; mas outros soam totalmente renovados, com fôlego contemporâneo que dá gosto de ouvir mesmo fora de época. Caso de “Oh, Bela!”, em versão minimalista por China e Sunga Trio (Chiquinho e Felipe S, do Mombojó, com Homero Basílio) e “Os Melhores dias da Minha Vida” com Siba, Biu Roque e os comparsas da Fuloresta.

O projeto tem produção do baterista da Nação Zumbi, Pupillo, mas a forma de gravação foi não-linear, com os músicos convidados gravando em estúdios diferentes. Esse modelo de quebra-cabeça acaba dando ao formato canção uma importância superior ao conceito de álbum. Funciona bem como conjunto, mas também e principalmente nas faixas como experiência individual. Pincelada do restante, a voz de Céu em “Frevo da Saudade” com os 3 na Massa traz uma elegância que, por exemplo, não é percebida na versão rápida e festiva de “É de Fazer Chorar” tocada pela banda Eddie. São dois momentos distintos, apenas sob um mesmo mote. Ela encontra par igual em Isaar de França com “Páraquedista”, enquanto eles combinam com “Só presta Quente”, em versão de Ortinho.

Presente em praticamente todas as faixas, o maestro Spok serviu como fio condutor entre artistas tradicionais como Erasto em “Papel Crepon” e mais novos, no já citado exemplo de China. Responsabilidade que ele assume sem exagerar nos metais de todas as músicas, como se fosse um supervisor, representante do frevo, garantindo que tudo saia como adequado. Cuidado que ele descarrega nas instrumentais “Fogão”, de João Donato e em “Cabelo de Fogo”. Essas duas, com a versão mais distinta de “Isquenta Muié”, com a Flor de Cactus, completam o “Frevo do Mundo”.

Bruno Nogueira - Pop Up
Link : Frevo do mundo [2008]

01-Eddie - é de fazer chorar
02-João Donato - fogão
03-Céu e 3 na Massa -frevo da saudade
04-Mundo Livre SA - metendo antraz
05-Orquestra Imperial - o dia vem raiando
06-China e Sunga Trio - Oh, bela!
07-Ortinho - só presta quente
08-Siba e a Fuloresta - os melhores dias de minha vida
09-Cordel do Fogo Encantado - saudade
10-Isaar de França - paraquedista
11-Flor de cactus - inquenta muié
12-Edu Lobo - Recife (frevo n.1)
13-Erasto Vasconcelos - papel crepon
14-Orquestra Popular da Bomba do Hemetério - cabelo de fogo

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Sivuca - Forró e Frevo [1980]


Donwload: forró e frevo [1980]

01 Frevo sanfonado (Sivuca – Glorinha Gadelha)
02 O baile do Bio Laurinda (Sivuca – Glorinha Gadelha)
03 Queixo de cobra (Sivuca – Glorinha Gadelha)
04 Folião ausente (Sivuca)
05 Dançando em Pipirituba (Sivuca – Glorinha Gadelha)
06 Forró e Frevo (Sivuca – Glorinha Gadelha)
07 Fava de cheiro (Sivuca – Glorinha Gadelha)
08 Gostosão (Nelson Ferreira)
09 Asa branca (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira)

Robertinho do Recife - Robertinho no Passo (1978)(link recuperado)


Começou a carreira cedo, como guitarrista prodígio e virtuose. Aos 12 anos já se apresentava tocando com os pés. Na sua vida profissional já fez de tudo um pouco: tocou em bandas pop nos Estados Unidos; estudou música sacra no seminário; acompanhou alguns ídolos da Jovem Guarda, como Jerry Adriani e Rosemary; tocou blues, jazz e country em transatlânticos que faziam cruzeiros pela costa brasileira; foi músico de estúdio, tocando estilos radicalmente diferentes em discos de Hermeto Pascoal, Cauby Peixoto, Jane Duboc e Os Fevers; tocou música infantil e heavy metal; lançou o disco "Rapsódia Rock", com shows que incluíam uma orquestra e em que se apresentava vestido de Mozart. Atualmente trabalha também como produtor ("Flor da Paraíba", de Elba Ramalho).[fonte]


Link: Robertinho no Passo (com Hermeto Pascoal) (1978)

Faixas:
01 Robertinho no passo (Hermeto Pascoal)
02 Nem um talvez (Hermeto Pascoal)
03 Vassourinha (Mathias da Rocha - Joana Batista Rocha)
04 Fogão (Sergio Lisboa)
05 Caboclinho (Hermeto Pascoal)
06 Frevo dos palhaços (Robertinho de Recife)
07 Arrecife (Robertinho de Recife)
08 Come e dorme (Nelson Ferreira)
09 Mundo novo (Hermeto Pascoal)
10 Abel (Hermeto Pascoal)

Ficha técnica:
Hermeto Pascoal - Piano Fender 88, Poly Moog, Oberheim, Sax Soprano
Herman Torres - Baixo, Badstone, Mutron IIIsrael Semente - Bateria, Caixa, Tímpanos
Pelé - Pandeiro
Itiberê Zwarg - Bass (tracks 1 , 8)
Sergio Boré - Percussão
Robertinho de Recife - Guitarras,Ecoplex,Mutron III,Octavider,Talk Box,Big Muff,Mutron II

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Maestro Duda e Orquestra de Frevo - Coleção Frevos de Rua (1999)


Maestro Duda ou mestre Duda, o José Ursicino da Silva, nasceu em Goiana interior de Pernambuco, em 23 de dezembro de 1935. Aos oito anos começou a estudar música, aos dez já era integrante da banda Saboeira e logo escrevia sua primeira composição, o frevo Furacão. Dali podia-se prever o que se tornaria Duda um dos maiores regentes, compositores, arranjadores e instrumentista de todos os tempos e do frevo em especial. Gênio da composição e arranjo, como ampla formação chegou a tocar Oboé na Orquestra de Recife, mas seu múltiplo talento o levou a experimentar de tudo. Formou várias bandas de frevo que invariavelmente eram eleitas nos carnavais como as melhores do ano.

A carreira é repleta de sucessos e de grandes parcerias: Para o teatro músicou, "Um Americano no Recife" como direção de Graça Melo e outras peças dirigidas por Lúcio Mauro e Wilson Valença. Foi chefe do departamento de música da TV Jornal do Commercio e depois contratado da TV Bandeirantes em São Paulo. Compositor de choros gravados por Severino Araújo e Oscar Miliani, sambas gravados por Jamelão, músicas para Quinteto de Sopros e Quinteto de Metais, banda e orquestra, recebeu o prêmio de melhor arranjo de música popular brasileira em 1980, em concurso promovido pela Globo, Shell e Associação Brasileira de Produtores de Discos.

DOWNLOAD: Frevos de Rua Vol. 1

01 - Vassourinhas(Tema e improviso)
02 - Último Dia
03 - Duda no Frevo
04 - Relembrando o Norte
05 - Carabina
06 - Freio a Óleo
07 - Nino, o Pernambuquinho
08 - Lágrimas de Folião
09 - Envenenado
10 - Eu e Você
11 - Folias da Madrugada
12 - Luzia no Frevo
13 - Frevo da Meia-Noite
14 - Gostosão
15 - Picadinho
16 - Vassourinhas(Tema)

DOWNLOAD: Frevos de Rua Vol. 2
01 - Fogão
02 - A Tabajara no Frevo
03 - Frevo na Pracinha
04 - Três da Tarde
05 - O Salão Está Vazio
06 - A Cobra Está Fumando
07 - Ursada do Nascimento
08 - Isquenta Muié
09 - Retalhos de Saudade
10 - Teleguiado
11 - Diabo Solto
12 - Agüenta o Ritmo
13 - Frevo no Bairro do Recife
14 - Corisco
15 - Vassourinhas no Rio

DOWNLOAD: Frevos de Rua Vol. 3

01 - Canhão 75
02 - Luizinho no Frevo
03 - Recordando a Tabajara
04 - Mordido
05 - Desculpe, Nazareth
06 - Lucinha no Frevo
07 - Vassourinhas Está no Rio
08 - Come e Dorme
09 - Casá - Casá
10 - Satanás na Onda
11 - Frevo no Português
12 - É de Perder os Sapatos
13 - Capenga
14 - Duas Épocas
15 - Rumo Norte
16 - Baba de Moça
17 - Cocada

DOWNLOAD: Frevos de Rua Vol. 4

01 - gostosinho
02 - doidão
03 - alegria de pompéia
04 - quinho
05 - vale tudo
06 - bolação
07 - cara lisa
08 - frevo do meio dia
09 - gavião
10 - batalha de confetes
11 - perguntas e respostas
12 - clovinho no frevo
13 - galo de ouro
14 - a hora é essa
15 - porta bandeira
16 - marcelinho no frevo
17 - sapeca
18 - gostosura
19 - moreno bom

Foto: www.flickr.com/photos/severo

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Orquestra Popular do Recife - Olha o Mateus! (2005)


O frevo dá mostras de vitalidade

A Orquestra Popular do Recife, do maestro Ademir Araújo, lança Olha o Mateus!, estréia em disco depois de 30 anos de fundada
JOSÉ TELES

Agora não é só figura de retórica. O frevo começa a dar a volta por cima, e promete ser novamente a música reinante no Carnaval pernambucano. Uma prova deste vigor é o CD Olha o Mateus! da Orquestra Popular do Recife (o lançamento será hoje, às 19h, na loja Passa Disco, no Shopping Sítio da Trindade). Não que a orquestra dirigida pelo maestro Ademir Araújo esteja revolucionando o gênero. Fundada em 1975, no auge do Movimento Armorial, a Orqustra Popular do Recife, então dirigida pelo maestro Duda, foi das primeiras a dar uma outra roupagem à música tradicional pernambucana.

Desde 1977, o Maestro Ademir Araújo está a frente da orquestra, que continua valendo-se dos muitos ritmos de Pernambuco, porém sem a ortodoxia do armorialismo, e empregando mais a maleabilidade do mangue-beat. O repertório indo do frevo rasgado ao bumba-meu-boi, passando pelas bandas de pífanos, e reverenciando os centenários Edgar Moraes e Loureço da Fonseca Barbosa, Capiba.

Do disco participam, entre outros, o regueiro Valdi Afonjah, o ex-Mestre Ambrósio Eder ‘O’ Rocha, Marcelo Pretto e Renata Amaral (do grupo paulistano A Barca). A orquestra inclusive usa cavaquinho e baixo elétrico: “Não tem guitarra neste disco, mas posso fazer isso futuramenta, penso até em juntar a orquestra com grupos de rock, uma junção que pode dar numa música nova”, comenta o maestro. Pela maneira que o baixo é usado na faixa-título (pulsante e inquieto, como um Jaco Pastorius carnavalesco) isto não está longe de acontecer. No lançamento, a orquestra tocará parte do repertório do CD.

Matéria publicada no Jornal do Commercio em 25.01.2005


Link: Olha o Mateus! (2005)

Faixas:
01. Frevo na Tempestade
02. Olha o Mateus!
03. Eh! Luanda
04. Cila
05. Alô Recife
06. No Paço Alfândega
07. Caboclinhos nº 05
08. Dona Santa
09. Prá Frente Frevo
10. Dois Pífanos
11. Chegada do Bumba-meu-Boi
12. No Ano 2000
13. Dia de Festa
14. Velhos Tempos de Criança
15. A Dor de Uma Saudade

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Alceu Valença - Ao Vivo No Marco Zero (2006) (link recuperado)


Link: Ao Vivo No Marco Zero (2006)

1. Voltei, Recife - Part. Esp.: Silvério Pessoa
2. Vampira
3. Caia Por Cima de Mim
4. Me Segura, Senão Eu Caio
5. Embolada do Tempo - Part. Esp.: Daúde
6. Dona de 7 Colinas
7. Nas Asas de um Passarinho
8. Beijando a Flora
9. Pirata José
10. Carnaval na Marim
11. Vassourinha Aquática - Part. Esp.: Zeca Baleiro
12. Pot-pourri Cirandas/ Luar de Prata/ Ciranda da Aliança
13. Maracatu - Part. Esp.: Paula Lima
14. Bom Demais

Luciano Magno - Frevo Mágico (vídeo)

Luciano Magno, tocando seu "Frevo Mágico", com a Banda Sinfônica do Recife no Festival de Frevo do Recife 2007.


Coral Edgard Moraes - Frevos de Bloco


Link: Frevos de Bloco

01 - alegre bando
02 - a vida é um carnaval
03 - coral divinal
04 - valores do passado
05 - pra lembrar nelson ferreira
06 - frevo do galo
08 - fala por mim saudade
09 - velhos tempos de criança
10 - inocentemente
11 - aurora de amor
12 - a vesdade é esta
13 - poeta da aurora
14 - a dor de uma saudade/recordando a mocidade
15 - por quem os blocos cantam
16 - saudosos foliões
17 - homenagem à folia
18 - despedida

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

História do Carnaval - José Bartolomeu

Os Frevos de José Bartolomeu

O frevo-de-rua, mais importante gênero da música instrumental brasileira tem em Pernambuco seus mais importantes compositores.
Para o inesquecível maestro Guerra peixe, "uma particularidade tem feito que esse gênero na música carnavalesca pernambucana conserve seu vigor rítmico, a imponência de sua orquestração e as caracteristicas de sua forma, é o fato de seu compositor ser ou não um orelhudo, mas, sempre um músico que o imagina numa orquestra e que imediatamente dá forma gráfica musical à sua inspiração - resultando que na composição do frevo a própria instrumentação é também composição. A não ser em raras exceções, o compositor do frevo é também o seu orquestrador".
Assim são os frevos-de-rua de José Bartolomeu, reunidos neste disco. Trompetista da Banda Municipal do Recife, com participação de destaque em outras orquestras de metais, ele, no ato de escrever a melodia dos seus frevos na partitura, já está a vislumbrar a massa frevolenta em delírio nas ruas do Recife e de Olinda.
Ao compor seus frevos, como Lavanca, ele, dispõe as notas no pentagrama de maneira tal que já estão a sugerir a própria coreografia do passo ao mais anônimo passista de nossas ruas.

*texto encontrado no encarte do cd.


Link: José Bartolomeu

01 - lavanca
02 - salpicando
03 - mantendo a tradição
04 - bicudo
05 - cobiçado
06 - cheguei agora
07 - baraúna
08 - largando o aço
09 - morena do vestido amarelo
10 - curió
11 - homenagem ao reitor paulo maciel
12 - marcha dos músicos
13 - tijolinho
14 - amor quando é amor
15 - faca cega
16 - sonho colorido
17 - recordação de zé careca
18 - homem é luxo
19 - pertubando
20 - estou sem você

Foto: http://www.flickr.com/photos/maxlevay

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Orquestra de Frevo-de-Bloco e Coral Levino Ferreira - Blocos de Ontem e de Sempre

... pra tudo existe tempo certo...

É tempo de reviver o lirismo dos antigos carnavais. A Orquestra de Frevo-de-Bloco e Coral Levino Ferreira, nos leva a um mundo de recordações.

É tempo de sorrir e de cantar!

Alcides Vespasiano

*texto extraído do encarte do cd.



Link: Blocos de Ontem e de Sempre

01 - escuta levino
02 - resposta
03 - campeão dos campeões
04 - a praça é do povo
05 - louvores
06 - badalinho
07 - banjo de ouro
08 - mascate das lembranças
09 - inocentes em paris
10 - la vem lily
11 - bloco das floves
12 - tempo certo
13 - homenagem a levino
14 - flabelo de ilusões

Orquestras dos Maestros Oséas e Carlos - Carnaval de Olinda (2004)



Atenção: Infelizmente não tenho as informações principais desse disco. Portanto se alguém souber a orquestra que fez esse disco e o nome das faixas que estão sem nomes, por favor deixe um comentário.

Link: Carnaval de Olinda

01 - elefante de olinda
02 - três da tarde
03 - hino do ceroula
04 - envenenado
05 - hino da pitombeira
06 - cariri de olinda
07 - urso cascudo do amparo
08 - banho de conde
09 - dois de macacão
10 - o homem da meia-noite
11 - regresso dos donzelinhos
12 - tarado da sé
13 - trinca de ás
14 - dez de charque e uma latinha
15 - música, mulheres e flores
Foto: http://www.flickr.com/photos/maxlevay

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Zaccarias e Sua Orquestra - Frevo 40 Graus (1961)

Link: Frevo 40 Graus (1961)

Lado A:
01 - deixa de xodó
02 - homenagem à folia
03 - lágrimas de clarinete
04 - sempre atrapalhado
05 - sai dessa
06 - o adeus de lía

Lado B:
07 - recordações de merabeau
08 - pra você
09 - bueno no frevo
10 - segure esse bode
11 - adeus dos foliões
12 - recordando a mocidade

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

História do Carnaval - Velhos Carnavais


DOWNLOAD: História do Carnaval - Velhos Carnavais

Faixas:
01 - A Província
02 - Yvone
03 - Sai, Cartola!
04 - Divisor de Águas
05 - Batutas Brejeiro
06 - Minha Bola de Ouro
07 - Mulher, Não Me Aperreia
08 - Fuxico
09 - Adeus Aos Pirilampos
10 - Gonsalves Maia
11 - No Gancho
12 - Durval no Frevo
13 - Me Deixa "Seu Freitas"
14 - Recordação
15 - Sá Zeferina Meu Bem
16 - Diva
17 - Saudade Eternal
18 - Gordinho
19 - Adelaide no Frevo
20 - Toureiros em Folia

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Bloco da Saudade - Carnaval Divinal (1996)




Download: Carnaval Divinal (1996)

01 - carnaval divinal
02 - alegre bando
03 - hino de batutas - sabe lá o que é isso
04 - ingratidão
05 - recordando a mocidade
06 - evocação nº1
07 - aurora de amor
08 - a verdade é esta
09 - o bom sebastião
10 - mantendo a tradição
11 - bloco da vitória
12 - sonho do poeta
13 - não deixem morrer batutas
14 - marcha da folia
15 - evocação nº3
16 - obrigado criança
17 - lindas praias
18 - a dor de uma saudade
19 - vamos regressar
20 - regresso da saudade

Eu quero Mais e Flor da Vitória Régia - O Som dos Blocos (1999)

O Som dos Blocos

Tenho acompanhado, com dedicada atenção, o crescimento indiscutível do movimento bloquista no nosso Carnaval.
Não resta dúvida de que o "Encontro dos Blocos", hoje tradição na Segunda-feira carnavalesca, fez ressurgir no sentimento dos foliões saudosos aquela necessidade de se brincar cantando, de se cantar em bandos e de se valorizar os auT6enticos costumes de nossa gente.
E assim cresceu a oferta de novos compositores no gênero "frevo-de-bloco", de pastorinhas amavelmente comprometidas com o lirismo dos seus cordões e de bons músicos, para a felicidade geral da nossa história.
Juntando todos esses pontos absolutamente positivos para a manutenção das nossas tradições, eis que surge para o deleite de uma geração carente de bons trabalhos no gênero carnavalesco, uma obra inquestionavelmente rica, nascida para criar o ambiente das ladeiras de Olinda, da Rua do Bom Jesus e do cheiro de mato das vilas de Casa Forte.
É o Som dos Blocos, das famílias e de uma geração que eu me orgulho de acompanhar com o meu velho violão.

Getúlio Cavalcanti

*texto encontrado no encarte do cd.

Link: O Som dos Blocos (1999)

01 - eu quero mais olinda
02 - flor da vitória-régia
03 - recife antigo
04 - que flor é essa?
05 - revendo olinda
06 - voltando ao jardim
07 - flabelo de ilusões
08 - cigarras de casa forte
09 - regresso do eu quero mais
10 - regresso de vitória-régia

História do Carnaval - Frevo de Rua III


Link: Frevo de Rua Vol. III

01 - lampião
02 - você vale tudo
03 - o elefante de olinda
04 - folia da meia-noite
05 - show de frevo
06 - dá prá biu
07 - reconciliação
08 - frevo no bairro de são josé
09 - satanás na onda
10 - lá vem pitombeira
11 - homenagem a hugo martins
12 - aveloz
13 - lança torpedo
14 - marcelinho no frevo
15 - a saudade vem depois
16 - alegria de anderson
17 - segurando a peteca
18 - pif-tac-zig-pong
19 - estácio no frevo
20 - recordação de zumba

sábado, 19 de janeiro de 2008

Nara Leão e o Quinteto Violado - Compacto (1972)

Nara Leão e o Quinteto Violado tocando frevo!

Link: Compacto (1972)

Músicas:
01 - Grilo
02 - Pinga Fogo

A folia reinventada de Lula Cardoso Ayres

A obra de um dos mais completos artistas modernistas do País (foto acima) é fonte de inspiração para a decoração carnavalesca do Recife

OLÍVIA MINDÊLO

O que há em comum entre essas pinturas e a decoração carnavalesca que já começa a invadir as ruas do Centro do Recife tem três palavras: Lula Cardoso Ayres. Um dos mais completos artistas modernistas de Pernambuco, e do País, Lula soube acertar bem o passo de seus pincéis para dar vida à maior festa do nosso Estado. Com igual devoção, também se debruçou sobre as diferentes manifestações culturais pernambucanas, tão caras ao modernismo no seu esforço de traduzir a identidade brasileira. Portanto, há de se aplaudir a homenagem que o Carnaval do Recife faz ao artista.

Mais do que um pintor, Lula travou com a folia uma relação de antropólogo visual e, ao mesmo tempo, de observador passional, traduzida em trabalhos de design gráfico, fotografias e até em croquis para decoração dos bailes. Foi ele quem assinou, nas décadas de 40 e 50, o projeto de decoração dos tradicionais bailes dos clubes. Também foi Lula o primeiro a fazer o planejamento visual para o Carnaval de rua da cidade, na gestão do prefeito José do Rego Maciel. Fora isso, o artista fotografou passistas, na época em que ainda arriscavam o passo com um guarda-chuva a tira colo, projetou marcas para produtos inspiradas na festa e, claro, pintou quadros memoráveis, como é o caso do óleo sobre tela Frevo, de 1945.

Com exceção desta última obra, os traços do chamado abstracionismo geométrico marcaram a maioria de seus trabalhos, quase sempre coloridos e repletos de movimentos – como as demais danças populares. A estética modernista do jogo das cores e das formas inspirou os desenhos de Joana Lira para as peças decorativas do Carnaval 2007. Ela trabalha na empresa Lira Produções, do arquiteto Carlos Augusto Lira, responsável pelo projeto da festa de rua do Recife e do Baile Municipal, que acontece hoje no Chevrolet Hall. “Trabalhamos em cima do traço do pintor modernista, geométrico, cheio de sombras, facetado, angulado. Fizemos, então, uma estudo iconográfico de toda a sua obra, mas não é uma releitura, é uma recriação”, explica Carlos Augusto Lira, desde agosto passado nesse ofício.

Um certo ar de Carnaval europeu, onde pairam máscaras venezianas e um glamour parisiense, também está por trás do olhar de Lula ao retratar a festa de Momo, principalmente nas suas pinturas à guache dos anos 20 e 30. A influência não é à toa. Ainda na juventude, no início do século 20, Lula morou no Rio de Janeiro, cujo Carnaval era impregnado pela cultura européia, de pierrôs e colombinas. Nos anos 20, passou a morar em Paris, onde recebeu fortemente as influências das vanguardas modernas. Foi só por volta da década de 40 que Lula voltou morar na sua terra natal, mais precisamente na Usina Cucaú, propriedade do pai João Cardoso Ayres, na Zona da Mata. A partir daí, e da vinda ao Recife, em 1945, o artista mergulhou nas raízes locais que marcariam para sempre a sua arte.

O irmão mais novo do Frevo



Aos 90 anos, 73 dos quais à frente da Orquestra Tabajara, o maestro pernambucano Severino Araújo converteu-se num bastião do frevo

JOSÉ TELES

O maestro Severino Araújo tem dez anos a menos do que o frevo. Há 73, ele está à frente da Orquestra Tabajara, uma lenda na música brasileira – ambos, o maestro e a orquestra. Aos 90 anos, convalescente de uma operação no joelho, ele alterará uma rotina iniciada no final dos anos 30. Mais uma vez, como vem acontecendo desde 1938, a Orquestra Tabajara animará vários bailes de Carnaval no Rio de Janeiro, o maestro, no entanto, não vai estar no palco: “Estou preparando o repertório que a orquestra vai tocar, por causa da cirurgia não vou poder fazer o Carnaval. Quem me substituirá será Jaime, meu irmão mais novo”, explica Severino Araújo. A propósito, o irmão mais novo dele tem 81 anos, e além dele, outros irmãos também foram músicos e tocaram com ele na Orquestra Tabajara: Manuel, trombonista, e Plínio, baterista. Depois de Severino Araújo, o mais famoso da família foi José, mais conhecido como Zé Bodega, sax tenor, que marcou época na música brasileira.

Nascido em Limoeiro, Agreste de Pernambuco, filho de mestre de música, ele teve uma trajetória parecida com a de Capiba, cujo pai exercia a mesma profissão. Ainda criança, a família de Severino Araújo mudou-se para a pequena Ingá, no interior da Paraíba. Foi ali que se destacou como clarinetista, a ponto de sua fama chegar à capital do Estado e receber convite para integrar a Banda da Polícia Militar. A carreira recordista de Severino Araújo com a Orquestra Tabajara começa em 1937, João Pessoa, quando foi contratado como clarinetista da PRI-4, emissora do governo do Estado, a Rádio Tabajara. E no ano seguinte, com o falecimento do maestro Luna Freire, ele foi convidado para reger a orquestra, da qual passou afastado um ano, quando foi contratado pela poderosa Rádio Tupi, do Rio.

Na então capital federal, Severino Araújo logo tornou-se requisitado como músico e arranjador, e gravou seus primeiros discos. A estréia, com frevo, naturalmente. Com o cantor Déo, no vocais, e uma orquestra de estúdio lançou Eu vou pra Pernambuco, em outubro de 1944. O primeiro sucesso foi Chorinho em Aldeia, composto quando ele serviu o Exército no Recife (Aldeia a que se refere é o bairro de Camaragibe, embora o batalhão em que serviu fique em Paudalho). A orquestra foi para o Rio em 1945. Ela e seu maestro nunca mais se separaram desde então.

O frevo, ele conta que faz parte da sua vida: “Eu não sou o mais indicado para falar da história do frevo. Meu pai é que foi um grande compositor de frevos”, diz, modesto, em conversa por telefone de sua casa, no Rio. Mas não demora a lembrar que a Orquestra Tabajara gravou muitos frevos, e que ele compôs alguns clássicos do gênero, e pelo menos um álbum antológico, A Tabajara no frevo (Continental, 1956). É deste álbum um dos frevos mais regravados de Severino Araújo, Relembrando o Norte, “Esta música eu ainda fiz em João Pessoa, com o nome de Frevo de Cabo Branco, mas como ninguém no Rio sabia o que era Cabo Branco, mudei para Relembrando o Norte”, revela o maestro.

Para ele foi a força das escolas de samba que barrou o sucesso do frevo no Rio: “As escolas estão pelo Brasil todo, são muito poderosas. Mas quando chegamos aqui, em 1945, contratados pela Rádio Tupi, fizemos sucesso tocando frevo. Ficamos seis meses fazendo bailes com frevos, e o que o patrocinador nos pagou deu para juntar uns bons cruzados (sic), e ainda sobrou dinheiro para a Tupi”, conta.

Com um dos currículos mais ricos da MPB, gravando com praticamente todos os grandes nomes da era do rádio, o frevo nunca saiu do repertório da Orquestra Tabajara. Foi acompanhada pela orquestra de Severino Araújo que Carmélia Alves emplacou um sucesso, em 1954, com o frevo-canção Casa de Noca (de Capiba). Quando sabe que no Recife as escolas de samba não têm mais tanta força, ele emenda: “Nem o frevo. A última vez que a Tabajara fez Carnaval no Recife foi em 1977. Sei que o frevo não toca mais por aí. E isso acontece porque os grandes compositores morreram, existem poucos dos cantores do passado, e as orquestras desapareceram. Mas não foi só por causa do fim dos bailes de Carnaval, e sim porque os clubes de pedestres que saíam levando o povo pela rua, com boas orquestras, também desapareceram”, analisa.

O mais idoso compositor de frevo, ainda em atividade, não aprova muito o que lhe tem chegado de Pernambuco, “Ouço pouco, mas acho um frevo errado, é muito corrido. No último Carnaval vi o Recife na TV, mas quando a orquestra toca é muito ligeiro, não era assim o frevo que conheci”.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Antônio Nóbrega - Nove de Frevereiro Vol. II (2007)


Nóbrega faz do frevo um gênero múltiplo

Multiinstrumentista interpreta diversidade de estilos reunidos sob o gênero e faz sua tradução para o violino.

RENATO L
DA EQUIPE DO DIARIO

O título do novo disco de Antônio Nóbrega entrega de imediato o seu conteúdo: Nove de frevereiro - volume II é o segundo CD do projeto idealizado pelo cantor, compositor, dançarino e instrumentista para homenagear o centenário do frevo, a ser comemorado ano que vem. É que, segundo os pesquisadores, o termo apareceu pela primeira vez na imprensa em 9 de fevereiro de 1907, em um artigo do Jornal Pequeno de Recife.

Nóbrega gravou o novo disco (selo Brincante) entre junho e julho em estúdios espalhados por São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. A empreitada demandou um criterioso trabalho de pesquisa e - detalhe curioso - uma viagem à Bulgária para uma série de aulas com a violinista Eugênia Popova. Foi a solução encontrada por ele para reforçar sua técnica e, assim, driblar as dificuldades de traduzir os frevos para um instrumento (o violino) pouco usual nesse gênero.

Nove de frevereiro explora todo o leque de estilos reunidos sob o rótulo frevo. As composições instrumentais revezam-se com faixas onde Nóbregausa seus dotes vocais. Ele também reserva espaço tanto para o resgate de clássicos quase esquecidos como para as inéditas de sua autoria. Um respeitável time de convidados o ajuda em ambas as tarefas. Nomes como Dominguinhos, Claudionor Germano, Silvério Pessoa, Ná Ozetti, Geraldo Azevedo e Spock.

Vale destacar o belíssimo encarte deste que é o sétimo CD da carreira de Nóbrega. São 60 páginas onde encontramos, entre outras preciosidades, biografias de cerca de 100 nomes de destaque na história do frevo, glossário de passos, fotos do acervo de Pierre Verger, um ensaio fotográfico de Walter Carvalho e um texto do próprio autor. Além de fotos das gravações, letras das músicas e ficha técnica.

Nóbrega não encara o frevo como um gênero estático. Inova na parte instrumental, ao escolher naipes inusitados de instrumentos para cada música. E foge do óbvio nas letras, deixando de lado os tradicionais temas ligados ao carnaval. O mesmo vale para a coreografia: o frevo é o ponto de partida que leva a direções várias, exploradas com respeito, mas também sem temer eventuais fundamentalismos.


Link: Nove de Frevereiro Vol. II (2007)

01 - Fervo
02 - Clovinho no Frevo
03 - Festim
04 - Galo de Ouro
05 - Segura no Meu Braço
06 - Brincando com Clarineta
07 - Por Quem os Blocos Cantam
08 - Pra Vocês Foliões
09 - Avenida Brasil
10 - Tirando a Casaca
11 - Saudosos Foliões/Alegre Bando (Pot Pourri)
12 - Canhão 75
13 - Duas Épocas
14 - Florilégio
15 - Corisco
16 - Melodia Sentimental

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Bloco da Saudade - Saudade Vai Passar (1996)


Em 1962, imbuído com um espírito nostálgico dos carnavais da primeira metade do século XX, o compositor Edgard Moraes compôs a marcha Valores do Passado, homenageando 24 blocos pernambucanos já extintos. Na letra da canção, o autor idealizava o "Bloco da Saudade", uma agremiação que tomaria as ruas do Recife revivendo aqueles inesquecíveis grupos carnavalescos, representantes de uma manifestação cultural do Carnaval Pernambucano que estava desaparecendo e sendo esquecida.
Eis que, em 1973, onze anos depois de Edgard Moares ter composto a canção, um grupo de amantes do Carnaval, encabeçado por Antônio José Madureira "Zoca" e Marcelo Varela, apostou com o compositor que criaria o Bloco da Saudade e que com ele reviveria os antigos carnavais cuja tradição encontrava-se praticamente perdida. O hino seria exatamente o frevo Valores do Passado.
Madureira e Varela cumpriram sua promessa e colocaram, no Carnaval de 1974, o Bloco da Saudade pela primeira vez na rua, desfilando pelo bairro do Cordeiro. Ainda sem o característico abre-alas (tradição dos blocos de pau e corda que só seria reintroduzida pelo Bloco da Saudade anos depois), os integrantes fundadores do bloco trouxeram de volta a tradição dos blocos de pau e corda ao Carnaval do Recife e de Olinda.
Em 1980, assume o destino do Bloco um outro grupo diretivo que continua o trabalho do anterior, tendo à frente Izabel Bezerra - atual presidente - que, juntamente com Amilcar Bezerra e Luis Moraes Mota, colocou a agremiação na rua naquele carnaval. Nos anos seguin-tes, Euda Brasil se juntaria ao grupo que comandaria os destinos do bloco a partir de então. O apoio da Associação Atlética do Banco do Brasil - AABB, que cedeu o salão do clube para os acertos de marcha nas semanas que antecedem o Carnaval, foi de grande importância para a consolidação do prestígio do Bloco da Saudade neste período.
Graças à semente plantada pelo Bloco da Saudade no Carnaval do Recife, o sonho de Edgard Moraes e dos jovens carnavalescos de ressuscitar o gênero musical marcha-de-bloco como manifestação de rua rendeu frutos inestimáveis. Desde o seu primeiro desfile, a agremiação vem se firmando a cada ano como uma entidade fundamental na recuperação da antiga tradição dos blocos de pau e corda, tendo estimulado inclusive a proliferação de um número crescente de novas agremiações, algumas delas, adotando nomes de antigos blocos. Como exemplo, temos: Nem Sempre Lily Toca Flauta, Aurora de Amor, Um Bloco em Poesia, Flor do Eucalipto, Sinta Azul, Bloco Esperança, Flor da Vitória-Régia, Bloco das Ilusões, Cordas e Retalhos, Confete e Serpentina, Pára-Quedista Real e Eu Quero Mais, entre outros.
Até hoje, sem nenhuma subvenção oficial, o Bloco da Saudade sai às ruas do Recife e Olinda levando aos foliões marchas de bloco antigas e atuais, com o seu coral feminino e orquestra de pau e corda. As cores do bloco são o encarnado, o azul e o branco como a cor neutra entre as duas cores elementares usadas na cultura popular do nordeste.
Fonte: http://www.blocodasaudade.org.br

Foto por Haidee Lima

Download: Saudade Vai Passar (1995)

Músicas:
01 valores do passado
02 madeira que cupim não rói
03 panorama de folião
04 frevo da saudade
05 no sítio dos valenças
06 terceiro dia
07 chora batutas
08 paraquedista
09 saudade
10 alegorias
11 último regresso
12 não diga adeus ainda
13 onde andará maria?
14 sonhos de pierrot
15 recife antigo
16 relembrando o passado
17 é o bloco da saudade
18 velhos tempos de criança
19 saudade da saudade
20 despedida

Orquestra Popular do Recife - E o Frevo Continua... (2007)

Um dos maestros mais importantes em atividade em Pernambuco, Ademir Araújo, dirige desde os anos 70 a Banda Municipal do Recife. convidado pelo escritor Ariano Suassuna está desde 1977 à frente da Orquestra Popular do Recife, criada para acompanhar o Balé Popular do Recife, sob inspiração do movimento armorial. Três décadas depois de fundada a Orquesra Popular do Recife lançou o elogiado CD Olha o Mateus, com frevos de rua, cocos, cirandas, caboclinhos e maracatus, seguindo a estética armorial, porém com a assinatura inconfundível de Ademir Araújo. Em 2007 lança o disco E O Frevo Continua... em homenagem aos 100 anos do frevo.


Link: E o Frevo Continua... (2007)

01 - Vassourinhas
02 - E O Frevo Continua...
03 - Camisa Velha
04 - Recife, Estou de Volta
05 - Nelson Ferreira, 100 Anos depois
06 - Mercado da Boa Vista
07 - É Frevo, Minha Gente
08 - Lenhadores em Folia
09 - Aí Vem Os Palhaços
10 - Coqueirinho de Beberibe
11 - Formiga na Cabeça
12 - Teimoso em Folia
13 - Viva O Frevo
14 - Vassourinhas (Variações de Felinho)

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Spok Frevo Orquestra - Passo de Anjo (2004)


Spok, O renovador do Frevo

Desconstruindo e reconstruindo o frevo, jovem maestro protagoniza com os músicos de sua orquestra uma revolução musical não isenta de polêmica

Por José Teles

O adolescente Inaldo Cavalcanti Albuquerque caminhava por uma rua de Olinda, no carnaval de 1986, quando foi atraído por um frevo vindo de um carro de som. Era a versão de “Vassourinhas” interpretada pela orquestra do maestro Nelson Ferreira com o antológico improviso de saxofone de Felinho (1896/1980): “Parei na hora. Fiquei de bobeira, e fui até o carro pedir para o cara tocar novamente a música”, relembra Inaldo, o hoje aclamado saxofonista e maestro Spok. Ele é considerado, como Felinho, um renovador da linguagem do frevo, por conta do seu trabalho com a Spok Frevo Orquestra, cujo primeiro CD, lançado no início deste ano, já virou cult entre músicos de todo o país. A novidade da orquestra partiu de uma obviedade, que Felinho havia descoberto na década de 50: em vez de seguir rigorosamente a partitura, por que não enriquecer o frevo com improvisos? Spok foi ainda mais longe. Na Spok Frevo Orquestra todos os músicos improvisam.

No clássico ensaio “Frevo, Capoeira e Passo”, o teatrólogo e músico Valdemar de Oliveira condena as inovações que paulatinamente iam sendo introduzidas no frevo. E ao comentar sobre a “Marcha n°1 de Vassourinhas” tece críticas, sem citar nomes ao improviso de sax, o mesmo que encantou e influenciou o maestro Spok: “Há a lamentar, na execução dessa marcha, hoje em dia, o andamento extremamente rápido e os floreios de saxofone da segunda parte, coisa improvisada por certo virtuose do sax e logo aperfeiçoada por outros. É uma desfiguração lamentável, que responde pelo aceleramento incômodo do andamento”.
Mais na frente Oliveira enfatiza sua convicção de que o frevo não é de aceitar inovações, a não ser as que ocorram como parte de sua evolução natural: “Repita-se o conceito: o frevo-de-rua em Pernambuco vem evoluindo naturalmente. Será erro introduzir nele valores novos, que o povo refugará, com a mais absoluta certeza... no dia em que lhe meterem ingredientes de bossa-nova, de iê-iê-iê, de bop e quejandos, por mais belos, ricos e importantes que sejam, perderá o grau de concentração de que precisa para atiçar a chama do passo”.

Os floreios do tal virtuose do sax, ou seja, Felinho, revitalizaram o frevo, a ponto de hoje não se conceber a execução de Vassourinhas sem eles. Por sua vez, Valdemar de Oliveira, e aí o próprio Spok admite, tinha razão quanto a um frevo turbinado por elementos de outros gêneros continuar sendo apropriado ao passo: “A gente faz frevo-de-rua de palco. Alguns falam em frevo-de-rua jazz. O que eu sei é que quase ninguém dança quando tocamos, preferem ouvir. Já aconteceu de a orquestra estar tocando, pessoas levantarem para dançar e as outras reclamarem”, comenta Spok, acrescentando que a intenção é mesmo esta: “Quando a gente vai assistir a uma exibição de frevo na Casa da Cultura, por exemplo, o que se vê são os passistas à frente da orquestra, da música. Com a minha orquestra, a música é que fica na frente de tudo o mais”.

O próximo professor seria um maestro de banda, Policarpo Quaresma, o Maninho (que vive atualmente na Austrália). Com ele, Spok aprendeu a escrever e a ler música, e seguiu os passos que praticamente todos os grandes maestros de frevo seguiram: entrou para uma banda de música, foi integrante inclusive da lendária Saboeira, de Goiana, de onde saíram, entre outros, o seu futuro mestre, o maestro Duda (é casado com uma neta do maestro): “Para mim, esta é a verdadeira escola. Minha vida durante muito tempo foi banda de música”, continua Spok.

“Na Pancada do Ganzá” – Foi exatamente com um artista considerado conservador, avesso a inovações, Antonio Nóbrega, que Spok reuniu pela primeira vez os músicos que formariam sua já famosa orquestra. Na década de 90, o carnaval pernambucano dividia-se entre a folia sem cordões de isolamento de Olinda, onde predominavam os ritmos pernambucanos, e o carnaval baiano, da Avenida Boa Viagem, cuja trilha era a axé-music. Em 1997, Nóbrega decidiu enfrentar os trios elétricos criando um bloco, o “Na Pancada do Ganzá” (título tomado emprestado a Mário de Andrade) e ousou convidar Chico Science, do Nação Zumbi, para desfilar com ele na avenida. Spok foi também convidado pelo criador de Tonheta, com quem já havia gravado, para animar o “Na Pancada do Ganzá”. No entanto, no dia 7 de fevereiro, uma tragédia frustrou os planos de Antonio Nóbrega. Chico Science faleceu num acidente de carro, no Complexo de Salgadinho: “Fizemos um ensaio com Chico, no Teatro do Parque”, conta Spok. Em reverência a Science, o bloco fez um desfile silencioso e comovente na passarela dos barulhentos trios. Foi o primeiro e único. Mas deixaria como fruto a Spok Frevo Orquestra, montada com a ajuda do primo do maestro, o também saxofonista Gilberto.

Foi mais uma vez acompanhando Nóbrega que Spok mudou o curso de sua música: “Essa coisa da improvisação aprendi com Edson Rodrigues, para mim um dos melhores músicos do país. Com ele comecei a gravar frevos, jingles, a ganhar dinheiro. Mas foi viajando com Nóbrega, em festivais no exterior que comecei a pensar em fazer uma coisa diferente. Eu via aqueles músicos improvisando, e me perguntava por que não se poderia fazer o mesmo com o frevo, que eu tocava tão tradicional, seguindo a partitura, enquanto aqueles músicos faziam jazz”. Spok faz questão de esclarecer o sentido que ele dá ao termo jazz: “Não é o jazz de Charlie Parker, John Coltrane, tem mais a ver com liberdade. Outros músicos já deram tratamento diferente ao frevo. Só que a gente é daqui, pernambucano, conseguimos a liberdade no frevo sem perder a essência”.

Quem acha que Spok já foi muito longe na sua mexida no frevo não perde por esperar: “Tenho umas idéias aí, não sei se já dá para falar sobre isso. Não sei se terá elementos eletrônicos. O que posso adiantar é que umas idéias novas para o frevo-canção. Vamos ver se vão funcionar”.

*Retirado do site Continente Multicultural


Link: Passo De Anjo (2004)

01 Passo de Anjo (João Lyra / Spok)
02 Ponta de Lança (Clóvis Pereira)
03 Nino o Pernanbuquinho (Duda)
04 Ela me Disse (Luciano Oliveira)
05 Frevo da Luz (Luizinho Duarte / Carlinhos Ferreira)
06 Mexe com Tudo (Levino Ferreira)
07 Frevo Sanfonado (Sivuca / Glorinha Gadelha)
08 Nas Quebradas (Hermeto Ferreira)
09 Pontapé (Adelson Viana / João Lyra)
10 Lágrima de Folião (Levino Ferreira)
11 Frevo Aberto (Edson Rodrigues)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Programação Completa - Recife 2008

Segue abaixo o link para baixar a programação completa do Carnaval Multicultural promovido pela Prefeitura da Cidade do Recife.

Link: Programação 2008

sábado, 12 de janeiro de 2008

Antônio Nóbrega - Nove de Frevereiro Vol. 1

Em 2007, o frevo completa 100 anos. Essa contagem é feita, oficialmente, a partir da primeira vez que a palavra frevo apareceu num artigo do Jornal Pequeno de Recife (atualmente, Diário da Manhã), em 9 de fevereiro de 1907, para nomear um gênero musical.
O multiinstrumentista Antonio Nóbrega, um apaixonado e estudioso incondicional das manifestações culturais brasileiras, sobretudo do frevo, decidiu antecipar as comemorações desse centenário com o lançamento do CD Nove de Frevereiro, referência brincalhona à data histórica. "Embora se acredite que, no fim do século 19, o gênero já comece a se formatar como frevo", explica Nóbrega.
Nove de Frevereiro é o primeiro de dois CDs, em que Nóbrega resgata a trajetória do universo frevístico, desde seus formadores até as gerações mais contemporâneas. Neste primeiro trabalho, que acaba de chegar às lojas, o músico, também dançarino e cantor, compilou frevos de autores das antigas, representativos no gênero musical em suas três vertentes: frevo-de-bloco (cujas letras e melodias misturam saudade e evocação, é executado por um coro feminino e acompanhado por uma orquestra), frevo-canção (responsável pela animação dos salões e das multidões que seguem as Freviocas) e o frevo-de-rua (criado inicialmente para ser executado a céu aberto).
Garimpou velhos frevos, alguns deles já esquecidos, como Dedé, de Nelson Ferreira; A Pisada É Essa, de Capiba; e Último Dia/Mexe com Tudo, de Levino Ferreira, entre outros. "São compositores cuja trajetória foi importante na criação da linguagem do carnaval, em geral, e do frevo, em particular", conta o brincante.
Apesar de não ser um álbum autoral, Nóbrega deu sua contribuição ao gênero convidando amigos compositores a darem novos arranjos ao antigo repertório. "Normalmente, os frevos-de-rua são músicas compostas por autores para uma orquestra de sopro, principalmente. Às vezes, o frevo é reorganizado anos depois por outros compositores de frevo", explica o músico.
Um dos fatores que mais ajudam na modernização dos frevos é a sua orquestração harmônica mais atual. Mas a marca mais pessoal de Nóbrega aparece no CD, quando ele coloca seu violino a serviço do frevo, algo pouco usual.
*texto extraído do Diário Vermelho



Link: Nove de Frevereiro Vol. 1

01 - último dia/mexe com tudo
02 - sonhei que estava em pernambuco
03 - folias da madrugada
04 - a pisada é essa
05 - transcendental
06 - dedé
07 - chuva morna
08 - cocorocó
09 - quinho
10 - ingratidão
11 - capenga/mordido
12 - garrincha
13 - isquenta muié
14 - vão me levando
15 - relembrando o passado

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Concurso de Música Carnavalesca Pernambucana 2007/2008


01-Veneza dos Maracatus
02-Esse Ano é Ariano
03-Arsenal do Frevo
04-Pega Ladrão
05-Ventos Te Levam
06-Antigos Carnavais
07-Pernambuco, Minha Nação
08-Sagrado Silêncio da Noite
09-Cambaleando
10-Saga Indígena
11-Frevendo
12-Ó Linda Laura
13-Sivucarnaval
14-Lamento da Floresta
15-Marco Zero

Songbook Frevo Na Pauta

Lançamento do CD com 26 frevos de rua, de Luiz Guimarães Gomes de Sá. As atrações ficam por conta do Guerreiros do Passo, que mostram as diversas modalidades de passo, e a Spok Frevo Orquestra, que interpreta vários frevos do autor.
lgprojet@uol.com.br

15/01/2008
20h
Entrada franca

Museu da Cidade do Recife
endereço: Forte das Cinco Pontas, São José
fone: 3224 8564

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Nelson Ferreira - Partituras


Como proposta do blog é a divulgação do frevo, nada melhor que algumas partituras para ajudar na "perpetuação" do gênero. As primeiras são do maestro Nelson Ferreira, que posteriormente terá um disco disponibilizado aqui nop blog.
Clique nas imagens para ampliar:

A canção do Guaraná


O Picadinho do faz-que-vai-mas-não-vai


Dobradiça


O Passo do Caroá


Palhaço



Que fim você levou