quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Relembrando o talento de Miro de Oliveira

Miro de Oliveira no sax (Fotos: Acervo da família)

São poucos os pernambucanos de RG ilustre que conseguem mostrar seu talento, como o maestro e compositor Miro de Oliveira. De acordo com sua certidão de nascimento ele é José Hermírio de Oliveira, que nasceu na cidade de Gameleira, em Pernambuco, no dia 21 de maio de 1919 e faleceu no Recife no dia 31 de dezembro de 1991. Ele entrou para a história da Musica Popular Brasileira como compositor de frevo de rua, mas compôs também três premiados maracatus. Miro de Oliveira era tenente da Polícia Militar de Pernambuco onde chegou a ser seu regente por muito tempo.


Miro de Oliveira na Orquestra Bacardi

De acordo com historiadora Maura de Almeida Martins Lima, Miro herdou a veia musical do seu pai, o clarinetista José Severino de Oliveira. Como a família foi morar no Cabo de Santo Agostinho, Miro de Oliveira, incursionou como saxofonista ainda jovem, naquela cidade, destacando-se como o primeiro Saxofone Alto na Banda Filarmônica XV de Novembro Cabense. Atuou no programa Quarto de Hora, na Rádio Clube de Pernambuco, sob a direção do maestro Nelson Ferreira.

Mira de Oliveira numa festa da Bacardi e os bloco Amantes das Flores

Miro de Oliveira também foi regente de várias orquestras entre elas a Jazz Tupan (Circulo Militar do Recife), Bacardi, e Capíbaribe do Recife. Sem esquecer, claro da Banda de Musica da PMPE. Mauralembra que na década de 50, por ocasião do centenário do Conde Matarazzo participou dos festejos em São Paulo, divulgando o nosso frevo. Em Fortaleza, no Ceará, participou da inauguração do Banco do Nordeste, sendo o saxofonista da Orquestra de Mário Mateus.


Miro de Oliveira e a Orquestra 11 de Setembro de Ribeirão

Quando executou uma variação do Frevo Vassourinhas,leia-se Mathias da Rocha e Joana , levou a plateia à loucura, e nela estava o então Ministro da Fazenda Mário Henrique Simonsen. Assim como os grandes mestres, Sivuca e Luperce Miranda, dirigiu o conjunto regional da Rádio Jornal do Commercio. Marta Martins Lima lembra que ele foi professor de técnicas, formador e diretor do Coral da Escola Apolônio Sales, no bairro do Ibura.


Miro e o Coral da Escola Apolonio Sales

Miro de Oliveira tem na discografia os frevos Positivo, Faca de Ponta, Tem Pimenta no Frevo, Fabuloso, Show de Frevo, Estrambólico, Cuspindo Fogo, É de Arrepiar, Super Frevo, Fantástico, Brincando com o Frevo, Novo Recife, Carrapeta, Frevo Diferente, Pinga-Pinga, Chamego Bom, Frevo da Gota, Eita Frevo Macho!, Clarineta de Momo, Frevo Só Assim, Hugo Martins Patrono dos Compositores, Carnaval em Porto Calvo e Catatau.


Miro de Oliveira com a Banda PMPE, em Ribeirão

Foi casado com Zelda Escobar de Oliveira, também já falecida, e pai de cinco homens e uma mulher. Para o maestro e compositor dar limites aos filhos e não protegê-los de frustrações foi uma das maiores heranças que deixou para eles. Para Miro prepará-los para enfrentar as dificuldades da vida que estão por vir, foi uma das suas metas para a família. Apesar de completamente esquecido, pelos que fazem o Carnaval do Recife, Miro de Oliveira, sua grandeza é maior do que a obscuridade que o Recife quer lhe impor.

Miro de Oliveira recebendo um troféu do comandante geral da PMPE, coronel Silvio Cahu

A historiadora Maura Lima encerra seu trabalho sobre este grande músico, desta forma: “Você se foi Maestro, estais agora regendo uma filarmônica no céu. Todavia, um grande artista sempre deixa o seu legado e cuja família tem dado continuidade via os filhos e netos, Netinho voz e violão, Amarílio voz e violão, Black Escobar e Sandro Mitchel Carneval de Oliveira, onde foram encontradas informações para elaboração desta pesquisa e conteúdos que serviram, servem e servirão para auxiliar estudiosos da cultura do nosso país”.

Miro de Oliveira regente da Diamante Jazz