quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Spok Frevo Orquestra - Passo de Anjo (ao vivo)


Lembro da noite da gravação da apresentação que está registrada neste CD. A platéia lotada estava tão entusiasmada quanto os músicos. Por incrível que pareça, demorou pouco mais de uma hora para registrar o repertório de 12 frevos. Sendo necessário repetir, para os devidos ajustes, apenas dois frevos. Terminada a gravação, todos nós que fomos cumprimentar os integrantes da SpokFrevo Orquestra, e os próprios integrantes, sentíamos que aquele tinha sido um momento único, histórico.
(José Teles, jornalista, escritor e pesquisador de música popular.)


Download: Passo de anjo (ao vivo)

01 Passo de Anjo (João Lira / Spok)

02 Nino, O Pernanbuquinho (Maestro Duda)

03 Ponta de Lança (Clóvis Pereira)

04 Ela me disse (Luciano Oliveira)

05 Frevo Sanfonado (Sivuca / Glorinha Gadelha)

06 Folião Ausente (Sivuca)

07 Mexe com tudo (Levino Ferreira)

08 Último Dia (Levino Ferreira)

09 Frevo Aberto (Edson Rodrigues)

10 Três da Tarde (Lídio Macacão)

11 Lágrima de Folião (Levino Ferreira)

12 Vassourinhas (Matias da Rocha / Joana Batista)

Sopro de renovação no frevo

Duda, Cléber Silva e Fábio César comandam orquestras na folia reverenciando o passado e abertos a transformação do ritmo pernambucano

José Teles
teles@jc.com.br

Na década de 90, temia-se que o frevo fosse sofrer solução de continuidade pela aposentadoria de grandes maestros como Clóvis Pereira, Guedes Peixoto, Mário Mateus e Zé Menezes. Mas eis que surgiu Inaldo Cavalcanti, Spok, mexendo e dando maior visibilidade ao frevo, com uma roupagem ousada, com arranjos que permitiam que as composições, sempre executadas visando à dança, fossem degustadas como música de câmera, num teatro. Em seguida, surgiu Francisco Amâncio, o maestro Forró, da Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, mesclando frevo, com jazz, coco ou samba.

Spok e Forró não são os únicos que formam a nova geração de maestros comprometidos com o futuro do frevo. Pelo menos dois deles têm o mesmo objetivo: Fábio César, da Orquestra Raízes Pernambucanas, do Vasco da Gama, e Maestro Dudinha, da Dudinha Orquestra. Pode-se acrescentar à dupla, o trombonista, da Spokfrevo Orquestra, Cléber Silva, que está levando o frevo às ruas, no Bairro do Recife e em Boa Viagem.

Fábio César, tem 35 anos de idade, e 22 de música. Como quase todo mundo de sua geração passou pela escola do maestro Duda e Ademir Araújo, e foi companheiro do maestro Spok, no Quarteto Pernambucano de Sax. Embora ainda relativamente pouco conhecida, a Orquestra Raízes Pernambucanas existe há 14 anos, tem até disco gravado, com frevos inéditos, compostos por associados do Museu de Música Carnavalesca de Pernambuco. O “raízes” no nome da orquestra não está ali por acaso: “A gente toca o autêntico frevo pernambucano. A inovação que fazemos é repetir o que acontecia antigamente. Percebi que a gente estava perdendo aquela tradição do frevo no chão. Então descemos do palco e tocamos no meio do povo, com uma ótima resposta do público”, diz Fábio César.

O repertório da Orquestra Raízes Pernambucanas capricha nos compositores do período, digamos, clássico do frevo-de-rua: Levino Ferreira, Zumba, Antônio Sapateiro, João Santiago, Alcides Leão: “Considero Nelson Ferreira um grande compositor de frevo-de-rua, mas também toco compositores mais novos, autores de belos frevos como Nilson Lopes ou Beto do Bandolim”.

Para o maestro, o frevo-de-rua Transcendental, de Cláudio Almeida (vencedor do festival Recife frevoé, de 1996), é equivalente em importância a Divisor de águas, do maestro Zuzinha: “Se Divisor de águas marca a passagem da marcha-polca para a marcha-frevo, Transcendental divide o frevo tradicional do frevo moderno e me orgulho de ter tocado na gravação deste frevo com a orquestra de Duda”, elogia.

Fábio César trabalha durante o ano com banda de música, está apresentando com sua orquestra uma história dos 100 anos do frevo, todas as quarta-feiras, às 19h, no Pátio de São Pedro.

HERDEIRO

No ano passado, o maestro Duda, convidado por Carlinhos Brown, tocou no Carnaval de Salvador. Foi a deixa para seu neto, Bruno, 28 anos, reger a orquestra do avô, na qual toca trompete. “Dudinha” não e limitou a tocar o repertório de Duda, mesmo que confesse se preocupar em manter a tradição: “Empreguei uma linguagem nova, com releituras dos clássicos, incrementando a instrumentação com efeitos de teclados, e outros ritmos nossos, como o coco”.

Dudinha preparou também um arranjo para um pot-pourri de composições de Chico Science, lembrando os dez anos da morte do cantor: “Fiz uma seleção de músicas conhecidas dele, como A praieira, Manguetown e Da lama ao caos, e saímos um pouco do frevo, com os músicos usando aquele chapeuzinho de Chico, e a percussão com alfaias”, continua Bruno, afirmando que o maestro Duda aprovou a heresia, de “Dudinha”.

Bruno pegou o apelido Dudinha do avô, que compôs um frevo-de-rua. “Senô fez Duda no frevo, e ele fez pra mim Dudinha no frevo, uma música que está no repertório orquestra que formei – a Dudinha Orquestra. Filho de Nino, que também é nome de frevo de Duda, Nino o pernambuquinho, “Dudinha” é cunhado do maestro Spok, em cuja orquestra foi trompetista.

Cléber Silva, 32 anos, não exerce ainda a profissão de maestro, pelo menos no sentido tradicional. Toca trombone na Spokfrevo Orquestra, integra a Trombonada, de Nilsinho, e toca, sempre que convidado, com Silvério Pessoa, Elba Ramalho, Antonio Nóbrega, Alceu Valença, Calypso. O que ele tem feito é, simplesmente, levar o frevo para a rua e praias da Zona Sul do Recife, para os turistas no Marco Zero pela manhã. “A gente foi contratado pela prefeitura. E estou achando um projeto bem interessante apresentar o frevo às pessoas de fora. Pega, por exemplo, um grupo de turistas do Rio Grande do Sul, e faz um arrastãozinho com eles. Ficam todos abestalhados depois”, diz Cléber.

O repertório é didático, formado por frevos bem óbvios, Vassourinhas, Cabelo de fogo, É de tirar o sapato, o Hino do Galo da Madrugada. Músicos, apenas nove (dois trombones, dois trompetes, um sax tenor, um alto, surdo e caixa). O sucesso, principalmente entre os turistas tem sido tão grande, que já aconselharam que Cléber continuasse o projeto mesmo sem patrocínio: “Depois que a gente toca, o pessoal sempre quer pagar, mas dispensamos porque já estamos recebendo por isto”.

Aos sábados e domingos, pela manhã, a “orquestra” de Cléber anima os banhistas de Boa Viagem e do Pina: “Eles gostam, mas não dançam não, nem acompanham os músicos. Moradores de prédios descem para a calçada para ver o frevo”.

Há dez anos tocando com Spok, Cléber confessa que, particularmente, prefere tocar do que chefiar músicos: “Pense numa dor de cabeça! A gente marca com os músicos às 9 horas, tem uns que só chegam às 10 horas, tem outros que para achar é a mão-de-obra, e o trabalho que estamos fazendo é todo com hora marcada”, diz o “maestro”.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Frevo do Mundo (link recuperado)

O discurso e a vontade de renovar o frevo anda tão cansado que ele próprio já precisa ser renovado. As várias tentativas sem sucesso que marcaram o centenário do ritmo ano passado chegaram a criar uma camada de resistência contra artistas que, no fim, procuraram apenas se promover com o momento. O que acabou como um tiro pela culatra - resultando na total invasão das escolas de samba deste ano - só soma em motivos para “Frevo do Mundo” ser certamente o lançamento mais relevante da música de Carnaval em 2008.

Produção da Candeeiro Records, selecionado pelo Programa Petrobras Cultural, ele bem que poderia estampar na capa o nome do time de artistas reunidos para imprimir sua visão sobre o frevo. Mas, com encarte modesto e de bela arte de Valentina Trajano, ele deixa a surpresa como elemento fundamental para quem, por acaso ou intencionalmente, passar o ouvido por alguma das 14 faixas do repertório. É o tradicional frevo de Capiba, Luiz Bandeira e Aldemar Paiva, apresentados pela Orquestra Imperial, Mundo Livre S/A, Eddie, China, Siba e a Fuloresta, Erasto Vasconcelos, Edu Lobo, João Donato, Isaar, Cordel do Fogo Encantado, 3 na Massa, Flor de Cactus e a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério (OPBH).

A modéstia faz parte da fórmula de sucesso do disco. Esteticamente é puro frevo e alguns dos arranjos sequer foram alterados. Mas cada um dos artistas o executou da forma que costumam fazer naturalmente em suas músicas autorais. Alguns resultados sequer soam diferentes, como o “Cabelo de Fogo”, da OPBH, que ganha um divertido trecho “a capella”; mas outros soam totalmente renovados, com fôlego contemporâneo que dá gosto de ouvir mesmo fora de época. Caso de “Oh, Bela!”, em versão minimalista por China e Sunga Trio (Chiquinho e Felipe S, do Mombojó, com Homero Basílio) e “Os Melhores dias da Minha Vida” com Siba, Biu Roque e os comparsas da Fuloresta.

O projeto tem produção do baterista da Nação Zumbi, Pupillo, mas a forma de gravação foi não-linear, com os músicos convidados gravando em estúdios diferentes. Esse modelo de quebra-cabeça acaba dando ao formato canção uma importância superior ao conceito de álbum. Funciona bem como conjunto, mas também e principalmente nas faixas como experiência individual. Pincelada do restante, a voz de Céu em “Frevo da Saudade” com os 3 na Massa traz uma elegância que, por exemplo, não é percebida na versão rápida e festiva de “É de Fazer Chorar” tocada pela banda Eddie. São dois momentos distintos, apenas sob um mesmo mote. Ela encontra par igual em Isaar de França com “Páraquedista”, enquanto eles combinam com “Só presta Quente”, em versão de Ortinho.

Presente em praticamente todas as faixas, o maestro Spok serviu como fio condutor entre artistas tradicionais como Erasto em “Papel Crepon” e mais novos, no já citado exemplo de China. Responsabilidade que ele assume sem exagerar nos metais de todas as músicas, como se fosse um supervisor, representante do frevo, garantindo que tudo saia como adequado. Cuidado que ele descarrega nas instrumentais “Fogão”, de João Donato e em “Cabelo de Fogo”. Essas duas, com a versão mais distinta de “Isquenta Muié”, com a Flor de Cactus, completam o “Frevo do Mundo”.

Bruno Nogueira - Pop Up
Link : Frevo do mundo [2008]

01-Eddie - é de fazer chorar
02-João Donato - fogão
03-Céu e 3 na Massa -frevo da saudade
04-Mundo Livre SA - metendo antraz
05-Orquestra Imperial - o dia vem raiando
06-China e Sunga Trio - Oh, bela!
07-Ortinho - só presta quente
08-Siba e a Fuloresta - os melhores dias de minha vida
09-Cordel do Fogo Encantado - saudade
10-Isaar de França - paraquedista
11-Flor de cactus - inquenta muié
12-Edu Lobo - Recife (frevo n.1)
13-Erasto Vasconcelos - papel crepon
14-Orquestra Popular da Bomba do Hemetério - cabelo de fogo

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Sivuca - Forró e Frevo [1980]


Donwload: forró e frevo [1980]

01 Frevo sanfonado (Sivuca – Glorinha Gadelha)
02 O baile do Bio Laurinda (Sivuca – Glorinha Gadelha)
03 Queixo de cobra (Sivuca – Glorinha Gadelha)
04 Folião ausente (Sivuca)
05 Dançando em Pipirituba (Sivuca – Glorinha Gadelha)
06 Forró e Frevo (Sivuca – Glorinha Gadelha)
07 Fava de cheiro (Sivuca – Glorinha Gadelha)
08 Gostosão (Nelson Ferreira)
09 Asa branca (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira)

Robertinho do Recife - Robertinho no Passo (1978)(link recuperado)


Começou a carreira cedo, como guitarrista prodígio e virtuose. Aos 12 anos já se apresentava tocando com os pés. Na sua vida profissional já fez de tudo um pouco: tocou em bandas pop nos Estados Unidos; estudou música sacra no seminário; acompanhou alguns ídolos da Jovem Guarda, como Jerry Adriani e Rosemary; tocou blues, jazz e country em transatlânticos que faziam cruzeiros pela costa brasileira; foi músico de estúdio, tocando estilos radicalmente diferentes em discos de Hermeto Pascoal, Cauby Peixoto, Jane Duboc e Os Fevers; tocou música infantil e heavy metal; lançou o disco "Rapsódia Rock", com shows que incluíam uma orquestra e em que se apresentava vestido de Mozart. Atualmente trabalha também como produtor ("Flor da Paraíba", de Elba Ramalho).[fonte]


Link: Robertinho no Passo (com Hermeto Pascoal) (1978)

Faixas:
01 Robertinho no passo (Hermeto Pascoal)
02 Nem um talvez (Hermeto Pascoal)
03 Vassourinha (Mathias da Rocha - Joana Batista Rocha)
04 Fogão (Sergio Lisboa)
05 Caboclinho (Hermeto Pascoal)
06 Frevo dos palhaços (Robertinho de Recife)
07 Arrecife (Robertinho de Recife)
08 Come e dorme (Nelson Ferreira)
09 Mundo novo (Hermeto Pascoal)
10 Abel (Hermeto Pascoal)

Ficha técnica:
Hermeto Pascoal - Piano Fender 88, Poly Moog, Oberheim, Sax Soprano
Herman Torres - Baixo, Badstone, Mutron IIIsrael Semente - Bateria, Caixa, Tímpanos
Pelé - Pandeiro
Itiberê Zwarg - Bass (tracks 1 , 8)
Sergio Boré - Percussão
Robertinho de Recife - Guitarras,Ecoplex,Mutron III,Octavider,Talk Box,Big Muff,Mutron II

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Maestro Duda e Orquestra de Frevo - Coleção Frevos de Rua (1999)


Maestro Duda ou mestre Duda, o José Ursicino da Silva, nasceu em Goiana interior de Pernambuco, em 23 de dezembro de 1935. Aos oito anos começou a estudar música, aos dez já era integrante da banda Saboeira e logo escrevia sua primeira composição, o frevo Furacão. Dali podia-se prever o que se tornaria Duda um dos maiores regentes, compositores, arranjadores e instrumentista de todos os tempos e do frevo em especial. Gênio da composição e arranjo, como ampla formação chegou a tocar Oboé na Orquestra de Recife, mas seu múltiplo talento o levou a experimentar de tudo. Formou várias bandas de frevo que invariavelmente eram eleitas nos carnavais como as melhores do ano.

A carreira é repleta de sucessos e de grandes parcerias: Para o teatro músicou, "Um Americano no Recife" como direção de Graça Melo e outras peças dirigidas por Lúcio Mauro e Wilson Valença. Foi chefe do departamento de música da TV Jornal do Commercio e depois contratado da TV Bandeirantes em São Paulo. Compositor de choros gravados por Severino Araújo e Oscar Miliani, sambas gravados por Jamelão, músicas para Quinteto de Sopros e Quinteto de Metais, banda e orquestra, recebeu o prêmio de melhor arranjo de música popular brasileira em 1980, em concurso promovido pela Globo, Shell e Associação Brasileira de Produtores de Discos.

DOWNLOAD: Frevos de Rua Vol. 1

01 - Vassourinhas(Tema e improviso)
02 - Último Dia
03 - Duda no Frevo
04 - Relembrando o Norte
05 - Carabina
06 - Freio a Óleo
07 - Nino, o Pernambuquinho
08 - Lágrimas de Folião
09 - Envenenado
10 - Eu e Você
11 - Folias da Madrugada
12 - Luzia no Frevo
13 - Frevo da Meia-Noite
14 - Gostosão
15 - Picadinho
16 - Vassourinhas(Tema)

DOWNLOAD: Frevos de Rua Vol. 2
01 - Fogão
02 - A Tabajara no Frevo
03 - Frevo na Pracinha
04 - Três da Tarde
05 - O Salão Está Vazio
06 - A Cobra Está Fumando
07 - Ursada do Nascimento
08 - Isquenta Muié
09 - Retalhos de Saudade
10 - Teleguiado
11 - Diabo Solto
12 - Agüenta o Ritmo
13 - Frevo no Bairro do Recife
14 - Corisco
15 - Vassourinhas no Rio

DOWNLOAD: Frevos de Rua Vol. 3

01 - Canhão 75
02 - Luizinho no Frevo
03 - Recordando a Tabajara
04 - Mordido
05 - Desculpe, Nazareth
06 - Lucinha no Frevo
07 - Vassourinhas Está no Rio
08 - Come e Dorme
09 - Casá - Casá
10 - Satanás na Onda
11 - Frevo no Português
12 - É de Perder os Sapatos
13 - Capenga
14 - Duas Épocas
15 - Rumo Norte
16 - Baba de Moça
17 - Cocada

DOWNLOAD: Frevos de Rua Vol. 4

01 - gostosinho
02 - doidão
03 - alegria de pompéia
04 - quinho
05 - vale tudo
06 - bolação
07 - cara lisa
08 - frevo do meio dia
09 - gavião
10 - batalha de confetes
11 - perguntas e respostas
12 - clovinho no frevo
13 - galo de ouro
14 - a hora é essa
15 - porta bandeira
16 - marcelinho no frevo
17 - sapeca
18 - gostosura
19 - moreno bom

Foto: www.flickr.com/photos/severo